Artigo nº 003 - teórico

Natasha: novo Caso de isolamento social identificado na Rússia

Há casos que acontecem muito mais vezes do que se imagina. Mas quantos tornam-se conhecidos do grande público? Estudamos no 1º bimestre dois consagrados casos de isolamento social e do que ele é capaz de acarretar para uma criança: Victor de Aveyron, encontrado na França no ano de 1799 e Amala e Kamala, encontradas numa caverna na Índia em 1921 e que, por serem criadas por lobos, uivavam, andavam de quatro e não sabiam falar.

No entanto, um novo caso de isolamento social vem estarrecer o mundo ao término de maio de 2009. Uma menina de apenas 5 anos de idade, foi encontrada em situação similar aos casos acima descritos. Encarcerada por seu pai, ela foi forçada a viver entre cães e gatos. Os resultados de experiências deste tipo são bem conhecidos de sociólogos e psicólogos: a criança desenvolveu atitudes e características estritamente caninas e felinas. É que o isolamento social, de qualquer tipo, impede o desenvolvimento humano, ou dito de outro modo, os seres humanos só se tornam humanos de fato através do contato social com outros indivíduos de sua espécie e que tenham herdado de sua sociedade (via educação) tudo aquilo que caracteriza SER humano.

O contato social que nos humaniza deve se dar desde o nascimento, de forma ininterrupta e a mais intensa e rica possível, a fim de que esse processo obtenha o êxito necessário. Outra conclusão possível é de cunho filosófico e científico: é que não existe uma essência humana, logo, não chegamos ao mundo prontos. A humanização é um processo proveniente da socialização (educação em sociedade) e seu começo é muito importante para desencadear todo o processo de aprendizado: como sentir, alimentar-se diversificadamente, vestir-se, produzir sons com significados (falar), andar ereto (nascemos para engatinhar), identificar o alfabeto, ler e escrever, higienizar-se, respeitar normas e regras, aprofundar-se na compreensão racional do mundo experimentado, desenvolver espírito crítico, ser solidário (anti-egoísta), justo, verdadeiro e desejar o bem-comum. Tudo isso nos faz humanos ou mais humanos. Se bem educados, aprendemos em alguns poucos anos a ser boa parte daquilo que nossos antepassados levaram milhões de anos para aprender a ser (e que ainda continuamos e continuaremos aprendendo durante infinitas gerações): aprender a ser humano! E este deve ser o nosso eterno compromisso!

Leia a reportagem, que foi extraída do jornal Extra de 30/5/2009 (gentilmente cedida pela aluna Fernanda Cristina da 4006 e agora disponível a todos). LEIA ABAIXO.

Renato Fialho Jr.